meus fluxos e refluxos energéticos.
Foi um período sereno, tranquilo e de descobertas. Também foi um período de atenção e concentração nas minhas ações e pensamentos. Pouco controle, bastante escuta e aceitação.
Aceitar minhas condições, meus desejos, minhas restrições, meus sentimentos e sensações. Cuidar de mim. Cuidar de minha tristeza, de minha raiva, cuidar de meus medos e de tudo o que eles escondem. Estou num processo de individuação e de coletividade simultaneamente, lidar com minha timidez e acolher meus casulos. Descobri músculos e espaços corporais em movimentos respiratórios e danças. Gostei de mim neste período.
Também foi um período de aceitação das diferenças, das ambiguidades, das certezas, de tantas verdades incoerentes e coersivas, outras amáveis e acolhedoras. Diferentes das minhas elucubrações, que desejo que sejam cada vez menos verdadeiras e certas, que sejam mais livres, flexíveis e abertas.
A paisagem exuberante, intensa, imprevisível, diversa e presente estimulou memórias atávicas de sintonia e vivência dos ciclos.
A presença generosa e serena de Nisargan facilitava minha serenidade. Sua fala pausada e sua escuta plena davam um ritmo agradável e constante. A generosidade ao partilhar suas experiências, ao emocionar-se, ao silenciar-se, ao mostrar-se vulnerável e disponível ao que acontecia é das boas lembranças que me compõem agora.
Agora percebo que o que mais me toca é o verbo cuidar. Talvez seja meu insight mais precioso. O meu verbo é cuidar. Cuidar de mim. Cuidar do que e de quem me toca. Cuidar da vida. Esta é a minha ação.
Agradeço silenciosamente.